Depois de 16 anos, Beto Albuquerque se despede da Câmara dos Deputados
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“Na convivência, o tempo não importa. Se for um minuto, uma hora, uma
vida. O que importa é o que ficou deste minuto, desta hora, desta vida”.
Parafraseando o poeta Mário Quintana, o líder do PSB, Beto Albuquerque
(RS), se despediu da Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (17),
depois de 16 anos. Somados aos dois mandatos como deputado estadual pelo
Rio Grande do Sul antes de chegar ao Congresso Nacional, o socialista
tem 24 anos ininterruptos dedicados à política, à vida pública.
O líder socialista disse que conclui esta jornada de cabeça erguida e
com o sentimento de dever cumprido. “Deixo neste Parlamento um pouco do
meu esforço, de muitas horas de debates, discursos, reuniões, votações,
projetos, leis e a minha contribuição para o País.”
Para Albuquerque, 2014 foi um ano marcante em sua vida por diversos
motivos. Após o trágico acidente que vitimou o então presidente do PSB e
candidato à Presidência da República Eduardo Campos, Beto se candidatou
à vice-presidência na chapa que encabeçava Marina Silva. Um compromisso
que o parlamentar assumiu com o PSB e a política do Brasil.
Neste tempo de política, Beto sempre procurou concretizar projetos que
pudessem melhorar a vida das pessoas para garantir os direitos
fundamentais do cidadão, mais oportunidades e o estímulo ao
desenvolvimento econômico do seu estado e do Brasil.
Para ele, esta experiência mostra que é a política o meio pelo qual se
deve procurar a transformação de uma sociedade, ainda mais com a
produção de líderes engajados, com um ideal, como Miguel Arraes, Eduardo
Campos, Leonel Brizola e Pedro Simon. “Mas é também nesta mesma
política que podemos ser conduzidos à estagnação, à degradação e à perda
de valores de uma sociedade, quando perdemos os referenciais, o
espírito público e quando não cultivamos a transparência e encobrimos a
verdade.”
Em relação ao PSB, um desejo do Partido, de acordo com Beto, é o de
construir uma nova representatividade política e de que há condições de
conectar instituições, governos e cidadãos. “É preciso recuperar a
dignidade da política, entendida como uma forma de atuação ética e
eficaz no ambiente público, de servir as pessoas”, disse.
Ele citou também seus Projetos aprovados durante sua jornada, como a
Lei Pietro, que instituiu a Semana Nacional de Mobilização para Doação
de Medula Óssea; a Lei que criou o Fundo Nacional do Idoso; além das
leis que visam tornar o código de trânsito um instrumento para salvar
vidas, combatendo o uso de bebidas alcoólicas ao volante e tornam mais
rigorosas as penalidades para as infrações de trânsito.
O líder socialista também explicou que continuará na vida pública, como
dirigente do PSB nacional para exercer o papel de oposição –
independente propositiva – ao governo da presidente Dilma Rousseff.
“Como vice-presidente nacional de relações governamentais terei a tarefa
de fazer a interlocução com a Câmara dos Deputados, com o Senado
Federal e com as bancadas e governos estaduais do PSB”, explicou.
Beto também disse que vai continuar sua caminhada política como um
realista com esperança de ver preponderar a ética na política e citou
Ariano Suassuna para finalizar. “O otimista é um tolo. O pessimista, um
chato. Bom mesmo é ser um realista esperançoso.”
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quinta-feira, 18 de dezembro de 2014
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