quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Depois de 16 anos, Beto Albuquerque se despede da Câmara dos Deputados

Câmara dos Deputados - 17/12/2014
“Na convivência, o tempo não importa. Se for um minuto, uma hora, uma vida. O que importa é o que ficou deste minuto, desta hora, desta vida”. Parafraseando o poeta Mário Quintana, o líder do PSB, Beto Albuquerque (RS), se despediu da Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (17), depois de 16 anos. Somados aos dois mandatos como deputado estadual pelo Rio Grande do Sul antes de chegar ao Congresso Nacional, o socialista tem 24 anos ininterruptos dedicados à política, à vida pública.
 
O líder socialista disse que conclui esta jornada de cabeça erguida e com o sentimento de dever cumprido. “Deixo neste Parlamento um pouco do meu esforço, de muitas horas de debates, discursos, reuniões, votações, projetos, leis e a minha contribuição para o País.”
 
Para Albuquerque, 2014 foi um ano marcante em sua vida por diversos motivos. Após o trágico acidente que vitimou o então presidente do PSB e candidato à Presidência da República Eduardo Campos, Beto se candidatou à vice-presidência na chapa que encabeçava Marina Silva. Um compromisso que o parlamentar assumiu com o PSB e a política do Brasil.
 
Neste tempo de política, Beto sempre procurou concretizar projetos que pudessem melhorar a vida das pessoas para garantir os direitos fundamentais do cidadão, mais oportunidades e o estímulo ao desenvolvimento econômico do seu estado e do Brasil.
 
Para ele, esta experiência mostra que é a política o meio pelo qual se deve procurar a transformação de uma sociedade, ainda mais com a produção de líderes engajados, com um ideal, como Miguel Arraes, Eduardo Campos, Leonel Brizola e Pedro Simon. “Mas é também nesta mesma política que podemos ser conduzidos à estagnação, à degradação e à perda de valores de uma sociedade, quando perdemos os referenciais, o espírito público e quando não cultivamos a transparência e encobrimos a verdade.”
 
Em relação ao PSB, um desejo do Partido, de acordo com Beto, é o de construir uma nova representatividade política e de que há condições de conectar instituições, governos e cidadãos. “É preciso recuperar a dignidade da política, entendida como uma forma de atuação ética e eficaz no ambiente público, de servir as pessoas”, disse.
 
Ele citou também seus Projetos aprovados durante sua jornada, como a Lei Pietro, que instituiu a Semana Nacional de Mobilização para Doação de Medula Óssea; a Lei que criou o Fundo Nacional do Idoso; além das leis que visam tornar o código de trânsito um instrumento para salvar vidas, combatendo o uso de bebidas alcoólicas ao volante e tornam mais rigorosas as penalidades para as infrações de trânsito.
 
O líder socialista também explicou que continuará na vida pública, como dirigente do PSB nacional para exercer o papel de oposição – independente propositiva – ao governo da presidente Dilma Rousseff. “Como vice-presidente nacional de relações governamentais terei a tarefa de fazer a interlocução com a Câmara dos Deputados, com o Senado Federal e com as bancadas e governos estaduais do PSB”, explicou.
 
Beto também disse que vai continuar sua caminhada política como um realista com esperança de ver preponderar a ética na política e citou Ariano Suassuna para finalizar. “O otimista é um tolo. O pessimista, um chato. Bom mesmo é ser um realista esperançoso.”

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